A fonte principal de água na região são as geleiras. São elas que dão vida à Patagônia e sustentam a infinidade de plantas, flores e frutas, como o espinhento calafate que nesta época está carregado de doces frutinhas azuis, quase roxas. A água das geleiras enche rios e lagos para onde migram flamingos, patos e cisnes do pescoço negro. Para eles, o verão é tempo de disputas. Para garantir a procriação, as aves se exibem, mostram todas suas cores. Elas só perdem a majestade na hora de buscar comida.
Há milhões de anos, grande parte da paisagem estava coberta por glaciares, rios de gelo que avançavam subindo montanhas, carregando rochas, cavando vales. Depois que conforme iam retrocedendo, deixaram para trás lagos. Além das marcas no relevo, esse processo da natureza deixou cores em uma variedade imensa de tons.
Dependendo da hora do dia, as planícies e as montanhas variam do laranja ao marrom. As minúsculas frutas são vermelhas, roxas, rosadas. Junto ao pomar rasteiro, há uma infinidade de flores.
São detalhes pequenos de um lugar que é grandiosamente belo e que não respeita fronteiras. Da Argentina para o Chile, Torres del Paine é mais do que um conjunto de montanhas feito de granito e basalto, emoldurando o horizonte. Ela é um das atrações mais lindas da Patagônia e ainda por cima nós podemos ver a paisagem em dobro. Os lagos se transformam em enormes espelhos que refletem toda a exuberância do lugar.
É incrível, mas ficamos com um sentimento de perda quando a montanha e a paisagem vão ficando para trás. Mas aí é só olhar para o lado, para a frente, e tem muito mais para os nossos olhos apreciarem.
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